Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na terça-feira (6), por 14 votos a 11, o relatório do Projeto de Lei da Câmara (PLC 38/2017) que trata da Reforma Trabalhista e que impõe dezenas de alterações na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Contrários à proposta os senadores Paulo Paim (PT-RS), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lídice da Mata (PSB-BA) apresentaram votos em separado. O parecer do relator, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), com a ressalva de que fez sugestões de veto de conteúdo ao presidente Michel Temer (PMDB). Segundo ele, se alterasse o texto, aprovado na Câmara em 26 de abril, os deputados da base aliada do governo não aceitariam e manteriam o texto original. Sem muitos argumentos plausíveis para defender a matéria, apenas um senador da base aliada pediu a palavra para defender o governo durante a sessão, presidida pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Sendo que antes da votação a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) criticou o fato de Ferraço ter escolhido não operar alterações de conteúdo na proposta, mesmo tendo declarado objeções ao texto.
“É uma pena que o senador tenha escolhido ser um carimbador da maior agenda da retirada de direitos da história de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. […] O senador Ferraço tapou os ouvidos em relação aos anseios da sociedade civil.”, acrescentou Fátima, para quem Ferraço “ouviu só os empresários” ao relatar a matéria. “O projeto é muito perverso!”, emendou Paim, sugerindo a suspensão da votação da reforma e, dirigindo-se a Ferraço, endossando a fala de
Fátima Bezerra. “Vossa excelência está engolindo isso aqui. E isso é um elogio, porque conheço vossa excelência.” Embora divergências tenham provocado certa tensão durante a sessão, os conseguiram manter as divergências no nível da ideologia ou das circunstâncias. O líder da bancada do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) fez questão de ordem e por critérios de proporcionalidade, sugeriu incluir mais um membro do seu Partido na CAE. Segundo ele, trata-se da discussão de uma matéria muito importante e, nesse sentido, caberia à inclusão de mais um congressista no colegiado. “Os custos de produção no Brasil são altos, mas o custo de trabalho não é o pior!”, reclamou Renan.
Fonte: NCST