A capital paulista vivenciou, nesta quarta-feira(9), um momento histórico do movimento sindical brasileiro. A 8ª Marcha das Classe Trabalhadora, organizada pelas 6 maiores centrais sindicais do país, reuniu cerca de 50 mil trabalhadores. Eles reivindicam uma nova proposta de desenvolvimento nacional. Com o lema “Por mais Direitos e Qualidade de Vida”, as centrais pretendem sensibilizar o governo para a consolidação da “Agenda da Classe Trabalhadora”, documento que reúne as principais reivindicações enumeradas pelas centrais.
O documento sugere a manutenção da política de valorização do salário mínimo; a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário; o fim do fator previdenciário; 10% do PIB na educação; 10% do orçamento da União para a saúde; reforma agrária e agrícola; regulamentação das convenções 151 e 158 da OIT; igualdade de oportunidade entre homens e mulheres; valorização das aposentadorias; redução dos juros e do superávit primário; correção e progressividade da tabela de Imposto de renda; fim dos leilões do petróleo; transporte público de qualidade e combate ao PL 4.330 que regulamenta a terceirização.
As lideranças sindicais defenderam os avanços sociais conquistados nos últimos anos, porém, queixaram-se da tímida disposição do Governo no sentido de avançar na pauta dos trabalhadores. Para os sindicalistas, muitas das demandas relacionadas na “Agenda da Classe Trabalhadora”, permanecem paralisadas sem nenhuma explicação do governo.
Os sindicalistas acreditam que o ano eleitoral pode ser um bom momento para consolidar, definitivamente, uma nova relação do movimento sindical com o governo central.
Para o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), José Calixto Ramos, as centrais sindicais brasileiras esperam e confiam numa nova postura do Governo em relação às demandas dos trabalhadores. Porém, o sindicalista alerta que as entidades sindicais brasileiras estão unidas na defesa do trabalhador e que nada impede que, sendo ignoradas as demandas dos trabalhadores brasileiros, uma onda de protestos e greves poderá se intensificar em um ano de eleições e Copa do Mundo.
“Como não houve interesse nem do Congresso nem da própria presidente em atender pelo menos uma parcela dessas reivindicações, a única alternativa que nos resta é uma ação mais efetiva. Não apenas com as manifestações e com as passeatas, mas, também, com a paralisação de setores importantes da economia. Fala-se, até, em greve geral. Enfim, é o governo que vai decidir os novos rumos do país e do movimento sindical. Desejamos que greves e paralisações sejam os últimos recursos a serem utilizados. Ainda assim, não descartamos essa possibilidade”. destacou Calixto.
A manifestação, iniciada na Praça da Sé, seguiu até à Avenida Paulista, em que na tarde desta quarta-feira (9) os manifestantes se aglomeraram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP). No local, após discursos das principais lideranças sindicais brasileiras, a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora encerrou a manifestação.
Fonte: Secom/CSPB